Antologias

Gosto imenso das antologias de contos, pois oferecem-nos um leque variado de histórias, que nos permitem com um olhar abrangente ficar com uma ideia do imaginário do autor. Pessoalmente, acho as colectâneas de contos do Stephen King absolutamente fantásticas. Alguns dos contos presentes nestas obras estiveram na origem de adaptações cinematográficas bem conhecidas. Estão aqui todas as antologias de contos do autor. Existe uma edição intitulada "Six Stories", mas são contos que estão também presentes neste conjunto de livros.

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2020 - If It Bleeds



2015 - The Bazaar of Bad Dreams


O "The Bazaar of Bad Dreams" é a última antologia de contos de Stephen King, ainda sem edição nacional. A Bertrand tem estado a fazer um excelente trabalho na publicação das obras do autor, esperemos que com o tempo publiquem também esta colectânea de contos traduzida em língua portuguesa. Embora como costuma dizer um amigo meu com as traduções "se perca a voz do autor", nem toda a gente tem facilidade em ler inglês, pelo que na minha opinião é sempre bom as pessoas terem a opção de poder ler os livros em português. Esta edição tem a particularidade de ser... extraordinária, tem uma capa aveludada, e a meu ver muito em conseguida!
Passemos aos contos:

* Introduction - (Pag.1)
Uma das coisas que sempre gostei nos livros de Stephen King, é o facto deste escrever quase sempre introduções, tanto no início dos livros, como antes de cada história, relatando os factos que levaram à sua escrita. Este Bazaar of Bad Dreams confirma a regra, tendo todas as histórias uma introdução específica escrita pelo autor, além claro, da introdução inicial do livro.

* Mile 81 - (Pág. 5)
Um "carro" causa uma série de homicídios, acabando por deixar absolutamente sós duas crianças no meio de uma estrada muito movimentada. Conseguirão escapar? 

* Premium Harmony - (Pág. 51)
Para mim este é um dos contos mais pesados que li do Stephen até hoje. Um casal num carro com um cão no banco de trás discute, enquanto se dirigem a um supermercado para comprar uma prenda de aniversário para uma criança. A mulher sai e o homem fica no carro, até o virem avisar que a esposa se sentiu mal...

* Batman and Robin Have an Altercation - (Pág. 65)
Neste conto, podemos acompanhar um sujeito que leva o pai, que sofre de Alzheimer, em mais um dos passeios que costumam fazer quando o filho o vai visitar ao Lar. Só de desta vez, acontece um acidente.

* The Dune - (Pág. 81)
Um conto com uma grande dose do chamado "humor negro", com que Stephen King por vezes nos brinda. Um velho Juíz passou a vida toda obcecado com uma determinada duna, situada numa pequena ilha. Decide então contar a história a alguém da sua confiança.

* Bad Little Kid - (Pág. 97)

* A Death - (Pág.137)

* The Bone Church - (Pág.153)

* Morality - (Pág.163)

* Afterlife - (Pág.193)

* Ur - (Pág. 207)

* Herman Wouk Is Still Alive - (Pág. 267)

* Under the Weather - (Pág. 287)

* Blockade Billy - (Pág. 305)

* Mister Yummy - (Pág. 345)

* Tommy - (Pág. 363)

* The Little Green God of Agony - (Pág. 369)

* That Bus Is Another World - (Pág. 397)

* Obits - (Pág. 407)

* Drunken Fireworks - (Pág. 447)

* Summer Thunder - (Pág. 479)


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2010 - Full Dark, No Stars


Esta antologia possuía inicialmente 4 contos (na primeira edição da Hodder), mas posteriormente Stephen King adicionou um novo conto, de modo que nesta edição há um total de cinco histórias. Todas bastante fortes. É mais uma colectânea de que gostei imenso e me fez plena companhia durante alguns dias. Todos os quatro contos de fundo iniciais têm em comum a particularidade de serem sobre vinganças. Menos o último, intitulado "Under the Weather", uma história bastante triste, escrita no ano de 2011, e que também se pode ler na obra "Bazaar of Bad Dreams". No final deste conto no "Bazaar of Bad Dreams", existe a dedicatória do mesmo a Joe Hill (filho de Stephen King), o que não sucede na presente antologia.
Não há, à data, edição nacional desta obra. Esperemos que com o tempo, venha a ser publicada em Portugal, possivelmente pela Bertrand, que nos últimos anos tem publicado vários livros do autor.
E agora vem sempre a parte difícil, que é tentar dar uma ideia do que tratam as histórias sem contar demais sobre elas para não estragar o suspense...

* 1922 - (Pág. 1)
Este conto é violento, rude, com bastantes elementos de ruralidade e sobrenatural. Seguimos Wilfred James na confissão que efectua logo na primeira página: por causa do dinheiro resultante de uma herança da esposa e por terem objectivos diferentes sobre o que fazer, ele e o filho Henry decidem proporcionar à mãe, Arlette, umas férias de carácter algo definitivo. Tal traz no entanto problemas na relação entre eles e entre Wilfred e a mulher... mesmo estando ela de férias. Os elementos de horror estão na minha opinião bem estruturados e desenvolvidos, funcionando bem e conseguindo muitos bons momentos. Existem também alguns pormenores ligados ao horror de carácter físico que me fizeram lembrar contos de Edgar Allan Poe. E há momentos de humor que resultam extraordinariamente bem pelo completo "non sense" e surrealidade do contexto. Quando lerem, vejam se não acham piada, apesar do horror da situação, ao episódio da vaca... 
A única parte que achei menos conseguida, foi a última página, o final. Digamos que teria preferido outra descrição do mesmo. Mas é apenas a minha opinião. Até fiquei com vontade de reescrever a última página... mas gosto demasiado do Stephen King para lhe fazer isso. 

* Big Driver - (Pág. 157)
Tess é uma escritora de algum sucesso, que é convidada para eventos literários, onde dá autógrafos e responde a perguntas sobre as suas obras. Ao voltar para casa de um desses eventos, é violentamente atacada e agredida sexualmente. Sózinha e desesperada, utiliza todo o seu talento como escritora para compreender o que se passou, conseguir voltar para casa, e partir para uma viagem onde se tentará vingar de tudo o que de mal lhe sucedeu. Tess tem também um gato à espera dela em casa, pormenor de que gostei bastante. O conto é bastante gráfico em termos literários, choca bastante. É mais uma história bastante forte de Stephen King.

* Fair Extension - (Pág. 289)
Mais uma história de vingança, desta vez de um homem chamado Streeter, que tem uma doença mortal e sente que a vida que acha que poderia ter tido lhe foi roubada por um antigo colega. Com a ajuda de um ser estranho, ele inicia o que pensa ser o caminho de retorno para o que teria sido a sua vida normal. Sabemos geralmente que na maioria destes casos, este tipo de coisas não funciona. E aqui?...

* A Good Marriage - (Pág. 329)
Darcellen Madsen pensava que tinha um bom casamento, que já durava há décadas. Já na terceira idade, com dois filhos crescidos e casada com o homem da sua vida, descobre indícios de que o marido poderá não ser afinal a pessoa que ela pensava. Stephen King diz-nos que acredita ser possível nunca chegarmos a conhecer verdadeiramente alguém, mesmo as pessoas que mais amamos. É uma história algo triste, e assustadora no sentido em que nos faz questionar se este tipo de situações acontecerá efectivamente muitas vezes na vida real. Mais assustador ainda serão os casos em que as pessoas nunca suspeitam, segundo penso.

* Afterword - (Pág. 428) 
Este título não corresponde a um conto, mas a cerca de cinco páginas onde Stephen King faz algo que aprecio muito: fala connosco um bocado sobre várias coisas, e refere-nos a inspiração que esteve por detrás de cada uma das histórias desta antologia. Curiosamente, foi a primeira vez que li, explicitamente, que Derry é um alter ego imaginário de Bangor, cidade onde vive. Pessoalmente, gosto muito quando o autor dedica umas páginas para conversar connosco directamente. Felizmente Stephen King faz isso quase sempre. Considero isto uma grande atenção. É algo que acho que é muito simpático, e gosto sempre de saber o que esteve na base das histórias que nos escreveu.

* Under the Weather - (Pág. 433)
Este conto é bastante mais curto (tem apenas 19 páginas) do que os outros, que correspondem todos a histórias de fundo. O "Under the Weather" também não é, ao contrário dos outros contos, uma história de vingança. É um conto bastante triste, sobre um homem que ama tanto a sua mulher, que tem uma doença grave, que resolve nunca deixar que lhe aconteça nada de mal. Achei bastante assustadoras as páginas que li, não propriamente devido a elementos de horror, mas devido à sensação inquietante de loucura que se vai instalando.


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2008 - Just After Sunset



* Introduction (Pág. 1)
Stephen King efectua como é hábito uma introdução, que pessoalmente acho sempre muito interessante. Fala-nos um pouco dos seus primeiros tempos como autor, das dificuldades que tinha, e aborda também o contexto relativo à opção pelos contos curtos. Revela-nos ainda alguns pormenores sobre a colectânea e informa-nos que existem notas no final do livro relativas ao que esteve na origem de alguns dos contos. Termina agradecendo aos leitores, como quase sempre.

* Willa (Pág. 7)
Este é um daqueles contos sobre o qual é difícil dizer seja o que for sem revelar o tema principal. Direi apenas que é uma bonita história de amor entre dois jovens. O rapaz acorda numa estação de comboios, não vê a rapariga e vai à procura dela na cidade mais próxima, até que a descobre num bar. Descobre também mais uma série de coisas inesperadas...

* The Gingerbread Girl (Pág. 41)
Um conto muito forte e muito bem conseguido, na minha opinião. Uma mulher no seguimento de um desgosto enorme começa a correr regularmente, como objectivo de tal a ajudar em termos psicológicos.  mas acaba por passar da dor da perda para uma luta tremenda pela sua própria sobrevivência, depois de ter descoberto que um dos seus vizinhos é um criminoso violento e completamente louco. É um dos contos em que o suspense criado por Stephen King na minha opinião é mais forte. É uma excelente história, muito bem contada.

* Harvey's Dream (Pág. 121)
 Um casal já de idade. A senhora relembra várias memórias passadas e reflecte sobre o actual estado da vida em comum, quando o marido lhe começa a contar um sonho muito estranho que teve nessa noite. A esposa começa a assustar-se com o facto de algumas das coisas relatadas lhe despertarem memórias, medos, e também com o carácter premonitório do sonho. É um conto circular, bastante mais pesado do que pode parecer à primeira vista.

* Rest Stop (Pág. 135)
Como se pode ler nas notas finais da obra, este conto é baseado num episódio que realmente sucedeu a Stephen King. Acontece quando um homem pára numa estação de serviço e testemunha uma discussão violenta entre um casal, hesitando se deve intervir ou não. É uma boa história, que causa alguma aflição.

* Stationary Bike (Pág. 161)
Para mim, este é um dos contos mais estranhos de Stephen King. Um homem, na tentativa de melhorar a forma física, adquire uma bicicleta fixa, das que se usam para fazer exercício em casa ou no ginásio e pendura uma pintura feita por ele, de uma floresta e quatro homens saídos dela na parede à frente da bicicleta. Progressivamente e enquanto treina, a imersão na pintura vai-se tornando cada vez mais forte. E talvez real.

* The Things They Left Behind (Pág. 211)
Um conto estranho e triste sobre memórias físicas que sobreviveram aos atentados do 11 de Setembro nos EUA e sobre os problemas que causam a um indivíduo que tem a sensibilidade necessária para se aperceber e tentar lidar com as recordações, ânsias e coisas que os donos do objectos em questão deixaram por fazer.

* Graduation Afternoon (Pág. 253)
Uma história que me assustou verdadeiramente, e que não tem nada de sobrenatural. Pelo contrário, é passado num cenário perfeitamente "normal", com a diferença de que há um factor que, sendo uma ameaça desde os tempos da guerra fria, finalmente se concretiza. Com um resultado estrondoso.

* N. (Pág. 263)
Tal como os contos "The Gingerbread Girl" e "A Very Tight Place", esta é outra história fortíssima. Na minha opinião, estes três contos são os mais fortes do livro. Este "N", aborda um problema real para muitas pessoas, a obsessão maníaca, compulsiva, que leva a coisas como repetir os mesmos movimentos muitas vezes, ou ser incapaz de ver objectos desalinhados, ou contar coisas, ou ainda ver significados estranhos em coisas absolutamente banais. Stephen King eleva estes problemas a um novo patamar, relatando-nos a relação entre um doente que está convencido de que através de métodos de contagem elaborados consegue impedir que uma série de criaturas demoníacas invadam a Terra, e o seu psiquiatra, que começa a sentir algumas dúvidas relativamente à sua incredulidade inicial. A meu ver esta história tem um claro piscar de olhos a H.P. Lovecraft.

* The Cat From Hell (Pág. 341)
Uma história curta e "à antiga", que fez lembrar os contos de Edgar Allan Poe. Um senhor idoso recorre aos serviços de um assassino profissional para abater um gato que, segundo ele, é o culpado de várias mortes na família. O assassino fica incrédulo, mas aceita o serviço, que é muito bem pago, e leva consigo o gato. O título do conto é uma boa pista do que se passa a seguir.

* The New York Special at Bargain Rates (Pág. 365)
Um conto extremamente perturbador, onde uma mulher que acaba de perder o marido num desastre de avião recebe um telefonema dele. Esta história está em linha com algumas teorias que defendem que existe uma continuidade após a morte, mas que o tempo e o espaço tal como o vemos deixam de fazer sentido.

* Mute (Pág. 379)
Uma história bastante engraçada (embora seja do tipo humor "negro") e passada num confessionário, onde o homem que se confessa relata ao padre os problemas que teve com a mulher e lhe conta um episódio onde deu boleia a um alegado surdo-mudo que o "ajudou" a resolver esses mesmos problemas.

* Ayana (Pág. 413)
Bonita e triste, esta é uma história sobre um homem que tem o Pai a morrer de cancro num hospital, e sobre a forma como uma menina cega o curou, passando de certo modo e dentro de uma janela temporal específica ao filho a responsabilidade de retribuir o bem que lhe tinha sido feito. É mais um conto de Stephen King que na minha opinião daria um bom episódio televisivo do género "Twilight Zone". 

* A Very Tight Place (Pág. 437)
Esta é para mim, a par com a "Gingerbread Girl" e com a "N", uma das histórias mais fortes desta colectânea de contos. Esta é francamente terrível (no bom sentido!) pelo modo como explicita de um modo pesadamente gráfico o horror vivido por um homem que é encerrado num contentor fechado e transformado em latrina durante muitas horas, e das suas tentativas para conseguir sair, tendo sempre na mente a vingança contra quem o colocou naquela situação.

* Sunset Notes (Pág. 517)
Como é hábito e eu muito aprecio, Stephen King inclui nesta obra notas finais, onde refere que o continua a fazer porque sabe que muitos leitores apreciam este facto.Todas as histórias da colectânea possuem aqui bastante informação relativamente ao modo como foram imaginadas e concebidas, além de existirem também muitos factos curiosos sobre elas ou sobre o processo que este na sua concretização. Stephen termina como sempre com uma palavra de agradecimento e também com uma nota de humor.

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2000 - Everything's Eventual



Esta obra é uma colectânea de 14 contos do Stephen King, intitulada na nossa língua como Boleia Arriscada. Sempre me agradaram imenso as antologias de contos, pela variedade que oferecem e pela leitura mais "leve" que proporcionam em termos de tempo. 
Como é usual na obra de Stephen King, alguns destes contos tiveram adaptações cinematográficas, como foi o caso de Sala de Autópsias nº 4, de 1408, de Boleia Arriscada, e de O Vírus da Estrada Dirige-se para Norte. O livro tem, felizmente e como é hábito nas obras dele, um introdução do Stephen King, intitulada Praticando a Arte (quase) Perdida e onde apresenta a antologia falando dos vários conto, cujos títulos são os seguintes:

* Introdução: Praticando a Arte (quase) Perdida (Pág. 9)

* Sala de Autópsias nº 4 (Pág. 21)

* O Homem do Fato Preto (Pág. 54)

* Tudo o que Amamos nos Será Tirado (Pág. 87)

* A Morte de Jack Hamilton (Pág. 106)

* Na Sala da Morte (Pág. 150)

* As Irmãzinhas de Elúria (Pág. 186)este conto é uma prequela do livro "Gunslinger", o primeiro da saga Dark Tower. 

* Tudo é Fatal (Pág. 274) o conto que dá o título original à colectânea.

* A Teoria de L.T. Sobre os Animais de Estimação (Pág. 346)

* O Vírus da Estrada Dirige-se para Norte (Pág. 375)

* Almoço no Café Gotham (Pág. 410)

* Aquela Sensação, só Conseguimos Dizer o Que É em Francês (Pág. 456)

* 1408 (Pág. 481)

* Boleia Arriscada (Pág. 535)

* A Moeda da Sorte (Pág. 591)


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1999 - Hearts in Atlantis


Edição do Circulo de Leitores
Capa de João Rocha
Tradução de Eugénia Antunes
679 pág.


Esta obra é para mim uma das mais fortes e mais bem conseguidas de Stephen King. É composta por cinco contos interligados, onde podemos reencontrar algumas das personagens principais com anos de intervalo e em contextos de vida muito diferentes. Podemos acompanhar tempos passados na infância dos intervenientes, depois pela altura da faculdade, há depois um conto sobre a guerra do Vietname, outro sobre o modo como sobrevive um dos combatentes no período pós-guerra, e finalmente fecha-se o círculo com o último conto, com o regresso de uma das personagens à cidade da sua infância. É um livro profundamente dramático, mas que achei também com muito encanto. Senti falta da introdução que Stephen King costuma fazer em muitos dos seus livros, explicando o que esteve na origem de cada conto, mas não sei se foi uma decisão editorial ou se o original será também mesmo assim, sem qualquer introdução do autor.

* 1960: Homens Reles de Casacos Amarelos (pág. 9):
O primeiro conto é relativo à infância, e conta-nos as aventuras e passagem para a idade adulta de Bobby Garfield, os seus problemas com a mãe, a relação com a sua primeira namorada chamada Carol Gerber, e a sua forte amizade com Ted, um idoso que passa algum tempo hospedado em sua casa e com quem desenvolve uma forte relação, apercebendo-se de que Ted é bem mais do que aquilo que aparenta. Este conto esteve na origem de uma adaptação cinematográfica intitulada "Corações na Atlântida", realizada por Scott Hicks  no ano de 2001, com os actores Anthony Hopkins no papel de "Ted" e o actor Anton Yelchin no papel de "Bobby", muito jovem na altura e infelizmente recentemente falecido. Curiosamente, apesar do filme ter o título do livro e do segundo conto, a história é relativa a este primeiro conto, intitulado "Homens Reles de Casacos Amarelos". É um conto muito forte, daqueles que fica na memória, com um elemento de mistério típico de Stephen King, bem como uma ligação a outros livros sobre um certo elemento malévolo que é extremamente enriquecedor. É um daqueles contos em que ficamos com saudades das personagens no final. Um livro que recomendo vivamente a quem goste de Stephen King e ainda não o tenha lido.

* 1966: Corações na Atlântida (pág. 321):
Neste conto podemos acompanhar o percurso de Pete Riley na universidade, e a sua luta entre a necessidade de estudar e o fascínio e atracção pelos jogos de cartas a dinheiro. O contexto universitário é na minha opinião muito bem descrito, desenvolvendo-se de modo muito interessante as relações entre os vários estudantes. O contexto é passado na época em que se começa a contestar em movimentos estudantis a presença dos USA na guerra do Vietname, e o despertar das consciências para este problema. Podemos encontrar aqui também a namorada de "Bobby" do primeiro conto e várias personagens que estarão também no terceiro conto. Uma história tal como a primeira muito forte e muito agradável de ler, com um encanto e uma tristeza muito próprios.

* 1983: Willie, "O Cego" (pág. 529):
Nesta história, para mim a menos conseguida, acompanhamos um dia na vida de Willie, um  ex-combatente da guerra do Vietname que esteve também presente em criança no primeiro conto, enquanto nos apercebemos do seu estranho modo de ganhar a vida e visitamos algumas das suas memórias.

* 1999: Que Fazíamos Nós no Vietname? (pág. 593):
Mais uma história muito forte e bem conseguida. Quase quarenta anos depois do que se relata no primeiro conto, acompanhamos as memórias e a vida de Sully-John, uma das crianças amigas de Bobby Garfield e de Carol no primeiro conto. Esta história versa sobretudo sobre as memórias de Sully-John no Vietname, sobre uma estranha presença que o acompanha desde essa altura, e sobre as suas relações com antigos camaradas de combate. É um conto que foca bem o drama dos que passaram pela guerra, bem como dos traumas que carregam a posteriori consigo para o resto da vida.

* 1999: Caem as Celestiais Sombras da Noite (pág. 653):
Este conto fecha na minha opinião esta obra com chave de ouro. Bobby Garfield, já com mais de 50 anos regressa a Harwich, revive velhas memórias e reencontra Carol Gerber, a sua primeira namorada. Há uma ligação muito bem conseguida entre o passado e o futuro, o elemento de mistério do primeiro conto regressa, e temos ainda um vislumbre longínquo de Ted, o amigo especial e figura paternal de Bobby no primeiro conto.


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1993 - Nightmares & Dreamscapes

Nota: a editora "Temas e Debates" publicou em Portugal esta obra em dois volumes. Os contos estão distribuídos do seguinte modo:



* Introdução (Pág. 9)
Felizmente, também nesta colectânea Stephen King nos brinda com uma introdução, que gosto sempre muito de ler antes de entrar na obra propriamente dita. Esta obra foi dividida em dois volumes em Portugal, decisão que pessoalmente nunca apreciei. Mas por esta razão, esta introdução é assim válida também para o "segundo" volume publicado cá. Neste texto, o autor conta-nos o seu fascínio desde criança por histórias fantásticas e a importância que continuar a escrever este tipo de contos tem para ele. 

* O Cadillac de Doolan (Pág. 19)
Um dos contos de Stephen King que considero mais "fortes" na sua obra, tendo a particularidade de nem ter nada ligado ao sobrenatural. No seguimento da perda da esposa que era testemunha contra um mafioso, o marido engendra um doloroso plano a longo prazo para ter a sua vingança. Este conto foi adaptado para Cinema, tendo saído uma edição nacional em dvd no ano de 2010, com o título de "Morte no Deserto".

* O Fim de Toda a Confusão (Pág. 84)
Um conto muito interessante sobre a amizade entre dois irmãos extremamente inteligentes ao longo da vida, e sobre as consequências que se passaram no seguimento de uma experiência que fizeram à escala global para acabarem com as tendências agressivas intra-espécie da Humanidade.


* Que Sofram as Criancinhas (Pág. 118)
Uma professora primária de idade já avançada, começa a aperceber-se de que progressivamente, todas as crianças estão a ser substituídas por monstros. Será mesmo verdade, ou estará a enlouquecer?

* O Voador Nocturno (Pág. 135)
Um jornalista sem escrúpulos de um jornal de notícias sensacionalistas com muito pouco grau de veracidade, persegue desta vez algo que se pode revelar uma notícia séria e fantástica para o seu jornal. Investiga e persegue uma criatura que pensa ser um vampiro autêntico, e que utiliza um pequeno avião para se deslocar entre os crimes. Este conto teve uma adaptação cinematográfica no ano de 1997 pelo realizador Mark Pavia, que à data não tem edição no nosso país.

* O Avô (Pág. 182)
Uma história muito agradável de ler sobre um rapazinho que é raptado num centro comercial. Durante a viagem com o raptor, a criança informa-o de que tem um Avô muito especial, que o vai encontrar rapidamente e que vai fazer com que o raptor deseje nunca o ter encontrado. Acrescente-se que o Avô em causa não tem qualquer sentido de humor, nem gosta de perder tempo. Nas notas, Stephen King deixa a sugestão de que este "Avô" é a mesma personagem do conto anterior.

* Uma Casa que se Impõe (Pág. 199)
Um conto algo estranho, onde acompanhamos algumas personagens algo secundárias que formam apenas o contexto para a personagem principal: a Casa, que parece amaldiçoada e que persiste ao longo dos anos e de várias gerações.

* Os Dentes Falantes (Pág. 221)
Uma história de que gostei muito. Um vendedor pára numa velha estação de serviço e compra um antigo brinquedo, uns dentes que andam e se movem, movidos a corda. Eles revelar-se-ão extremamente úteis mais tarde, quando ele quebra uma regra sua antiga e dá boleia a um rapaz algo estranho. O brinquedo perde-se no deserto. Mas, uns  anos depois, ele volta e encontrar o mesmo brinquedo na mesma estação de serviço.

* Dedicatória (Pág. 263)
Um conto muito interessante sobre discriminação racial nos USA num contexto histórico específico, e sobre como uma mãe afro-americana que gostava de ler consegue, com o auxílio de uma bruxa verdadeira, fazer o que é necessário para o seu filho poder vir a ter hipóteses de uma vida melhor do que a dela.

* O Dedo Móvel (Pág. 316)
Este foi talvez um dos contos do Stephen King de que gostei menos. A história, a caracterização das personagens, o contexto, são como sempre muito bons. Mas a premissa, o acontecimento principal da história, pura e simplesmente não me conseguiu cativar. Digamos que na minha opinião é uma boa história que tem por base algo que não me encantou e não me deixou apreciar o conto tanto como eu gostaria. 

* Os Ténis (Pág. 361)
Um conto triste, mas de que gostei imenso. Um tipo sensível começa a ver um fantasma no sítio onde trabalha. Pouco a pouco vai descobrindo o mistério, e durante o processo vai descobrindo algumas coisas sobre as pessoas e ao mesmo tempo aumentando a sua própria auto estima.

* Uma Banda do Outro Mundo (Pág. 394)
Uma história que achei realmente assustadora, e que tem, tal como outras, uma fantástica adaptação para Cinema na antologia de contos em vídeo intitulada "Nightmares & Dreamscapes". Um casal  que viaja de automóvel perde-se numa estrada secundária, e vai parar a uma pequena cidade onde encontra muitas antigas lendas do Rock and Roll. Para quem gosta de concertos ao vivo interpretados por antigos ídolos, parece ser a cidade ideal. Mas não nos esqueçamos de quem é o autor do conto.

* Notas (Pág. 449)
Adoro estas notas finais, onde Stephen King nos conta os contextos que estiveram na base dos contos, juntamente com factos sempre interessantes e considerações pessoais. Estas notas terminam abruptamente, apenas porque no nosso país há o triste costume de dividir as obras em duas. Estas notas do autor continuam e terminam assim no segundo volume.





* Parto em Casa (Pág. 7)
Uma comunidade isolada numa ilha, vai vendo a praga dos zombies espalhar-se pelo resto do mundo, tendo deste modo mais algum tempo para se preparar o melhor que pode. Ao mesmo tempo uma das locais, uma mulher com graves problemas de auto-estima e falta de capacidade de decisão, vai aperceber-se da força que realmente consegue ter ao superar uma série de dificuldades. Uma história triste mas bonita, onde os zombies são o pretexto para conhecermos e acompanharmos um pouco da vida de algumas personagens.

* Estação das Chuvas (Pág. 43)

* O Meu Lindo Pónei (Pág. 72)
Um conto de que gostei imenso que conta a relação especial entre um Avô e um neto, e de como o  primeiro lhe mostra as várias noções do Tempo que sentimos ao longo da vida. O que é assustador nesta história, é a veracidade daquilo que Stephen King nos relata nesta história. A meu ver, é mais do que merecido o prémio "Rosebud"!

* Não, Não Houve Engano no Número (Pág. 105)

* O Povo das Dez Horas (Pág. 151)

* Crouch End (Pág. 219)

* A Casa de Marple Street (Pág. 257)

* O Quinto Quarto (Pág. 302)

* O Caso do Doutor (Pág. 323)

* O Último Caso de Umney (Pág. 366)

* Notas (Pág. 429)

* O Mendigo e o Diamante (Pág. 436)


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1990 - Four Past Midnight

Nota: esta obra foi editada pela Bertrand em Portugal em dois volumes. Os contos estão distribuídos do seguinte modo:



* Uma Nota Introdutória (Pág. 10)

* Os Langoliers (Pág. 17)

* Janela Secreta, Jardim Secreto (Pág. 317)




* A Polícia da Biblioteca (Pág. 14)

* Um Bruto Muito Feio (Pág. 255)


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1985 - Skeleton Crew



* Introdution (Pág. 1)
Como é hábito na maioria das suas obras, Stephen King oferece-nos uma introdução, que aprecio sempre muito ler. Nesta, começa por contar um episódio muito giro que se passou entre ele e um amigo que o aborreceu tentando desmerecer o seu trabalho relativamente aos contos, em termos de rentabilidade. Depois dá-nos as verdadeiras razões da necessidade que sente em escrever, e embora claro admita que o dinheiro que ganha é muito agradável, diz-nos as verdadeiras razões de continuar a escrever histórias curtas. E agradece, como sempre, ao "Constant Reader", o que é sempre muito agradável de ler.

* The Mist (Pág. 10)
Esta história teve em 2007 uma adaptação para Cinema com bastante sucesso, sob a direcção do realizador Frank Darabont, que nos ofereceu um filme conhecido por ter um dos finais mais infames da história do Cinema. O conto tem um final diferente, que sinceramente prefiro. As dimensões cinematográficas e literárias para mim são sobretudo uma componente lúdica, de modo que sempre que possível evito filmes ou livros que me façam sentir mal no final. Para isso já basta a vida, que é como um filme que acaba sempre mal, pois no final morrem sempre todos...
O conto versa sobre o aparecimento de uma neblina misteriosa que traz diversos monstros escondidos. Várias pessoas ficam presas num pequeno supermercado, e vamos acompanhando as diversas personagens nas suas tentativas de fuga e nas dificuldades que começam a aparecer em termos de relacionamento.

* Here There Be Tigers (Pág. 191)
Um conto curto, de apenas sete páginas, mas de que gostei bastante. Charles é um garoto que está na aula e sente necessidade de ir à casa-de-banho. Miss Bird, a professora, é autoritária e gosta de o humilhar e ele sente-me muito envergonhado por isso suceder, sobretudo na presença de Cathy, a rapariga de quem gosta. Depois de o envergonhar, a professora acaba por o autorizar a ir. Mas quando Charles chega à casa-de-banho, encontra lá um tigre.

* The Monkey (Pág. 198)
Um conto estranho e assustador sobre algo que seria supostamente um brinquedo, um pequeno macaco tocador de pratos. No entanto, este "brinquedo" aterrorizou Hal Shelburn quando era criança, pela sua estranheza e pelas coincidências estranhas que sucediam quando da sua presença. Felizmente que Hal conseguiu ver-se livre dele na altura. Mas agora, muitos anos depois, ,o macaco voltou e é a vez de Petey, o filho de Hal, achar também que algo de muito estranho se passa com o brinquedo.

* Cain Rose Up (Pág. 250)
Uma história estranha, sobre Garrish, o aluno de uma Universidade que resolve adquirir uma espingarda, barricar-se, e calmamente começar a disparar sobre os alunos do campus. Este conto tem pontos de contacto com o conto intitulado "Rage", escrito em 1966 e publicado apenas em 1977, mandado retirar do mercado por Stephen King após o atentado de Heath High School em 1997, onde encontraram uma cópia da obra no cacifo do responsável pelo tiroteio, o aluno Michael Carneal. O conto deu-me a sensação de ser uma introdução apenas. Termina quando estamos à espera do desenvolvimento.

* Mrs. Todd Shortcut (Pág. 259)
Um conto de que gostei imenso. É ao mesmo tempo uma história de amor e um conto sobre viagens no tempo. Numa pequena localidade, um caseiro apaixona-se pela esposa do proprietário, de um modo delicado e quase contemplativo. Ela por seu turno, devido ao prazer que tem em conduzir, descobre um modo de viajar no tempo muito original. É uma história delicada e encantadora, com um toque de sobrenatural que aumenta a magia que sentimos ao lê-lo.

* The Jaunt (Pág. 296)
Esta é uma boa história de ficção-científica. Uma família embarca numa viagem que envolve teleportação, enquanto o pai conta aos filhos a investigação que tornou possível este tipo de transporte. Mas, como todos os que gostamos de ficção-científica sabemos, por vezes as coisas podem não correr bem com o teleporte.

* The Wedding Gig (Pág. 332)
Neste conto também não encontrei nada de sobrenatural. Se o conto anterior é de ficção-científica, este pareceu-me um policial interessante. Mas não posso considerá-lo um grande conto. Basicamente acompanhamos uma banda de jazz que é convidada para tocar numa festa de casamento da irmã de um mafioso, que tem a particularidade de ser gordíssima. A actuação corre bem. Tudo o resto, nem por isso.

* Paranoid: A Chant (Pág. 353)
Cinco páginas de um texto absolutamente delirante, que traçam em termos gerais os pensamentos e alucinações diárias de um esquizofrénico paranóico com manias de perseguição. Há uma conexão com a saga Dark Tower, relativa à descrição de um "homem escuro e sem rosto".

* The Raft (Pág. 358)
Este é mais um conto muito forte de Stephen King. Dois casais de jovens decidem ir até a uma praia isolada e nadar até uma jangada ancorada, que está afastada da margem. Ao chegarem lá, apercebem-se de que há qualquer coisa na água. É um auténtico conto de terror, cheio de suspense e bastante dramático.

* Word Processor of the Gods (Pág. 399)
Um conto muito bonito de Stephen King, que apreciei bastante. Conta a história de um homem com uma relação problemática com a mulher e com o filho, e da sua amizade paternal com o sobrinho, filho de um irmão alcoólico e de uma antiga namorada sua. Acontece um acidente dramático à família do irmão, mas ele tem um presente do sobrinho que ainda não abriu...

* The Man Who Would Not Shake Hands (Pág. 426)
Um conto de terror "à antiga", tendo por base um homem que, devido a uma maldição que lhe lançaram na Índia, não pode tocar com as mãos em ninguém. Mas no fundo a história é sobre um tempo especial da juventude, companheirismo, jogos de cartas e um velho que pode ser muito mais idoso do que quer parecer.

* Beachworld (Pág. 452)
Este é um conto que considero mais de ficção-científica do que de horror. Uma nave com dois tripulantes vai parar a um planeta que parece ser um deserto sem fim. O problema é que, segundo descobrem, o único ser vivo inteligente é... a areia. O que não quer dizer que seja amigável.

* The Reaper's Image (Pág. 477)
Uma história de mistério com um toque de sobrenatural. Carlin e Spangler procuram o espelho de Delver, um espelho muito antigo, que possui uma história de eventos trágicos relativamente a quem olha para ele. E encontram-no.

* Nona (Pág. 488)
Novamente um conto bastante forte, onde acompanhamos as memórias de um rapaz e o seu tempo presente com uma namorada estranha. Juntos partilharão um caminho de amor e violência sempre com a presença de uma componente sobrenatural. Este conto tem tanto de nostálgico e de encantador como de estranheza e horror.

*  For Owen (Pág. 536)
Este não é um propriamente um "conto", mas sim duas páginas de texto escrito em prosa poética, que parece ter saído de um sonho, e onde Stephen King partilha connosco um momento passado quando acompanhava o seu filho Owen à escola.. É claramente um dos textos de Stephen King que convém ler na língua original.

* Survivor Type (Pág. 538)
Para mim este é um dos contos mais arrepiantes e "gore" de Stephen King. Um cirurgião sem muitos escrúpulos vai parar depois de um naufrágio a uma pequena ilha deserta sem absolutamente nada para comer. Em breve se começa a interrogar sobre a possibilidade de comer pedaços do seu próprio corpo enquanto espera por ajuda.

* Uncle Ottos's Truck (Pág. 568)
Uma história de terror que achei verdadeiramente fabulosa. Assistimos à amizade e parceria de dois sócios em tempos antigos, que faziam o que fosse preciso para garantir os seus lucros. Há em pano d fundo uma história de traição, crime, vingança e loucura. E um camião enorme, que acaba por ser uma das principais personagens do conto.

* Morning Deliveries - Milkman #1 (Pág. 592)
Um estranho leiteiro chamado Spike, numa cidade que parece construída segundo o modelo do sonho americano típico, faz as suas entregas. Por vezes com alguns brindes exóticos.

* Big Wheels: A Tale of the Laundry Game - Milkman #2 (Pág. 599)
Voltamos neste conto a encontrar Spike, embora esta história tenha outras personagens principais. Dois amigos bebem, conduzem perigosamente e acabam por encontrar um outro amigo de um deles. Tudo acabará bastante mal, mas não para Spike.

* Gramma (Pág. 619)
O pequeno George fica sozinho a tomar conta da Avó, que é doente, cega, está acamada, e tem mais de 100 quilos. George sempre teve medo dela. Haverá razões para isso? O que pode correr mal? 

* The Ballad of the Flexible Bullet (Pág. 663)
É muito raro suceder-me com Stephen King, mas francamente não consegui apreciar este conto. Em termos gerais acompanhamos uma festa com vários casais, onde um editor conta um episódio da sua vida, referindo que ao tentar ajudar um escritor que estava a entrar numa espiral de loucura, deu por si a começar a sentir, ver, e acreditar nas mesmas coisas que ele. A questão subjacente é a de que se estariam mesmo a ficar loucos.

* The Reach (Pág. 733)
"Do you love?" - Esta frase pode ler-se na página anterior à do índice, no início do livro. Só se percebe a ligação a este conto quando se chega aqui, ao final da obra. A personagem principal é Stella, que viveu toda a vida na ilha de Goat, separada do continente por um braço de mar. Tem uma vida cheia de memórias, e tem também um cancro em fase terminal. Resolve então, com mais de 90 anos, atravessar a água congelada que a separa do continente, fazendo a viagem que nunca fez na sua vida. Esta é uma história muito bela e muito nostálgica sobre memórias, saudades do passado e dos que já partiram, e sobre se de algum modo eles ainda permanecem, e ainda nos amam.

* Notes (Pág. 762)
Nas notas finais, Stephen King relata-nos algo que gosto sempre imenso de ler, contando-nos o contexto que esteve na origem de vários contos deste livro. Nomeadamente os contos "The Mist", "Here There Be Tigers", "The Monkey", "Mrs. Todd Shortcut", "The Jaunt", "The Raft", "Survivor Type", "Uncle Otto's Truck", e "The Reach". Termina despedindo-se, como se tivéssemos chegado ao final de uma viagem. O que corresponde à verdade.


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1982 - Different Seasons



* Os Condenados de Shawshank (Pág. 11)

* Aluno Dotado (Pág. 117)

* O Corpo (Pág. 319)

* A Técnica de Respiração (Pág. 477)


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1978 - Night Shift

Esta primeira capa é que eu tenha conhecimento a primeira edição publicada em Portugal. Lembro-me de a ter emprestado a um professor na faculdade, em 1997, que fez o favor de a "perder". Curiosamente não se ofereceu para me comprar outro exemplar. Enfim, ainda era no tempo em que eu emprestava coisas. De qualquer modo, aqui há uns tempos e apesar de já ter entretanto adquirido a mais recente edição da Livraria Bertrand, encontrei esta edição antiga no mercado online de usados e comprei-a também. Eu gostava e gosto imenso deste livro e na altura tive um sincero desgosto por ter ficado sem esta edição. Fiquei muito contente por a ter recuperado.



* Introdução (Pág. 9)

* Prólogo (Pág. 15)

* Jerusalem´s Lot (Pág. 33)

* Turno da Noite (Pág. 83)

* Surf Nocturno (Pág. 110)

* Eu Sou a Porta da Entrada (Pág. 123)

* A Mutiladora (Pág. 142)

* O Papão (Pág. 171)

* Matéria Cinzenta (Pág. 189)

* Campo de Batalha (Pág. 206)

* Camiões (Pág. 220)

* Às Vezes Eles Voltam (Pág. 245)

* Primavera de Morangos (Pág. 285)

* O Friso (Pág. 299)

* O Homem da Cortadora de Relva (Pág. 324)

* Quitters, Inc. (Pág. 338)

* Eu Sei do que Você Precisa (Pág. 366)

* Filhos do Milho (Pág. 398)

* O Último Degrau da Escada (Pág. 439)

* O Homem que Amava as Flores (Pág. 456)

* Um Para o Caminho (Pág. 464)

* A Mulher no Quarto (Pág. 488)

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